DIVAGAÇÕES

Artigo publicado no Jornal Noticias de Guararema 1ª quinzena de Dezembro/94

Todos temos o dever de nos informarmos.
Mas tem hora em que é melhor vivermos alheios a tudo, não vermos noticiários no rádio ou TV, não abrirmos os jornais para não sofrermos algum tipo de choque emocional.
Hoje ao ler os jornais tive duas grandes decepções e tristeza, que me fez pensar e escrever este desabafo; vamos aos fatos:
1) Ao abrir o jornal Diário Popular, edição de 02/12, na contra capa do caderno Revista, me deparei com uma matéria sobre o compositor Geraldo Vandré, um ídolo de um movimento de contestação ao Regime Militar que ocupou o poder em 1964, e gravou uma música (para não dizer que não falei das flores), a qual foi proibida pelo regime, e mesmo assim se tornou um hino dos opositores da Ditadura Militar; foi preso e cassado. E hoje dando uma entrevista coletiva, não consegue concatenar as idéias, não fala coisa com coisa, e o que é pior, defende de corpo e alma a Força Aérea Brasileira.
Agora fica uma pergunta no ar, Geraldo Vandré mudou, ou foi obrigado a mudar?
2) Lendo a pg 2 do jornal Noticias de Guararema (2ª quinzena de Novembro) me deparo com a brilhante resposta da Câmara Municipal de Guararema ao Sr. Manuel dos Santos Gonçalves (manezão), nada mais correto o Legislativo se esclarecer com as explicações do Dr. Aran, mas o que não dá para concordar com o item 6 e 7 da referida resposta.
Acredito que quanto mais gente para defender ou apoiar uma causa, mais chance ela terá de ser vitoriosa, e gostaria de saber se a defesa da causa dos estudantes é monopólio de alguém, e quem são os “intermediários bastante e muito mais legítimos”, para que os estudantes outros que os querem auxiliar?
Acredito que qualquer cidadão, independente de classe, sexo, credo, cor, posição social ou política “deva” se engajar em qualquer causa que beneficie a população.
Pelos motivos acima citados é que choquei, primeiro por um ídolo de uma época desmoronar, e segundo uma Câmara Municipal “implicitamente” insinuar que não deve haver união e participação popular.

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