O Reino de Guaracangalha XVI - O FIM ESTÁ PRÓXIMO II

Publicada em Setembro/2000 na Coluna Ponto de Encontro do Jornal Hora H.

Hoje retornamos ao nosso reino da fantasia onde imperavam a Rainha Tirana e o Príncipe Maquiavélico que tudo faziam, para ludibriar e comprar seus súditos.
Estando próximo ao dia do grande plebiscito, onde o povo iría escolher seus novos governantes, a Rainha Tirana começou a querer mostrar serviço, arrumando as estradas do reino, iniciando a construção de umas poucas choupanas (quando ela havia prometido que em 4 anos construiria muitas), a construção da estalagem, enfeitou os jardins do reino; enfim tentou fazer de tudo para que seus súditos voltassem a escolher os mesmos conselheiros capachos.
O povo clamava por emprego, choupana, comida, educação e saúde.
Se ela queria ter agradado o povo por que não implantou uma horta municipal, e criasse um sacolão onde os produtos da horta municipal pudessem ser vendidos a preço de custo? É que isso não iría aparecer, era preferível plantar florzinhas, e se o povo tivesse fome que comesse as flores dos jardins.
Enquanto o povo clamava por empregos, ela dava circo, assim conseguia ludibriar os pobres coitados.
Na Antigüidade existiu um imperador que também pensava assim, se o povo tem fome vamos dar circo para que ele se distraia e esqueça da fome.
Mas o povo já estava consciente, já conhecia essa Rainha, que nas reuniões onde ia pedir para escolherem seus conselheiros, ela falava que não iría mais prometer nada, apenas ia cumprir o que havia prometido anteriormente, só que se esquecia que o povo não era mais bobo, e que ela teve muito tempo para fazer o que havia prometido e não havia feito.
Quando uma pessoa do povo arrumava um trabalho, e não conseguia executar o serviço para o qual foi contratado, ele era demitido e contratavam outro; com a Rainha Tirana e seu séqüito, também foi assim, o povo contratou (escolheu), pagou durante muito tempo esses maus funcionários (conselheiros), e eles se mostraram uns péssimos trabalhadores, com isso o povo resolveu demiti-los e colocar outros em seus lugares, tentando sempre ter o melhor para o Reino.
O povo aprendeu que quem administra o Reino é a Rainha, e quem fiscaliza são os Conselheiros; por isso era preciso escolher bem quem colocar como Conselheiro,
analisar se ele era independente ou capacho da Rainha Tirana, porque se ele fosse capacho jamais iría fiscalizar nada, mas sim esconder todas falcatruas que a Rainha fizesse, e se ele fosse independente e da oposição à Rainha, realmente iría fiscalizar,
cobrar e exigir que a Rainha cumprisse o que havia prometido. Sempre foi e sempre será assim:
Quando um governante não tem oposição, ele se torna ditador, sabe que pode fazer o que quer porque ninguém irá falar nada; mas quando se tem uma oposição atuante, ele é obrigado a trabalhar corretamente. O povo aprendeu que errar é humano, mas persistir no erro é burrice.

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