O reino de Guaracangalha XX - NOVOS TEMPOS II

Publicada em Fevereiro/2001 na Coluna Ponto de Encontro do Jornal Hora H.

Como narramos anteriormente, os novos Conselheiros derrotaram o indicado da Rainha para Presidente do Conselho, e conseguiram eleger um Presidente do Conselho contrario a Rainha e seus desmandos. E com isso o Conselho passou a ser mais independente, tendo inclusive um Conselheiro pelego, sugerido aos outros Conselheiros, que deveriam sim fiscalizar a Rainha, mas não muito, isto é fazer de conta que fiscalizavam, porque eles foram escolhidos para isso, e teriam de justificar o soldo, mas não fiscalizassem nada, a deixassem fazer o que bem entendesse, como ela sempre fez.
Mas como sempre, ele se tornou foi motivo de piadas entre os Conselheiros e entre o povo nos jardins e tavernas do reino. Como sempre a Rainha tem seus momentos de lucidez misturados com loucura, ela proibiu o teatro mambembe nos jardins do reino, alegando falta de estrutura e segurança, mas permitiu o entrudo, que é muito mais arriscado e violento. Porque um é seguro e o outro não?
O reino de Guaracangalha, deveria ter ficado muito mais seguro, porque na época a Rainha nomeou um Ministro da Segurança do Reino, mas de nada adiantou, os carroceiros, inclusive alguns que deveriam cuidar da segurança, continuaram a trafegar na contra mão, estacionar as charretes na fila dupla, menores continuaram dirigindo as charretes e até carruagem de entregas, continuaram a estacionar em local proibido atrapalhando os outros charreteiros, e tudo continuou na mesma, e o que é pior em pleno jardim central onde o ministro da segurança colocou um espião; e o povo ficou perguntando: para que? Só se era para inibir os namorados que se beijavam no jardim? Só poderia ser, porque as brigas continuaram acontecendo, e o desrespeito continuou.
Mas estava tudo bem, afinal o povo tinha um ministro da segurança e seus espiões. Isso já era muito importante.
Igual a um outro reino, onde o ministro da segurança falou que não existia criminalidade, o povo é que achava que existia.
Nos próximos capítulos continuaremos a mostrar o trabalho desenvolvido pelos Conselheiros do Reino e não Conselheiros da Rainha.

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