O Reino de Guaracangalha I - A RAINHA TIRANA

Artigo publicado no Jornal Hora H em 10/1998

Em um reino não muito distante, situado no mundo da fantasia, viviam em seu castelo, um rei, seus filhos, e alguns criados. Entre eles existia uma criada que vivia no borralho e um criado que era o protegido do rei. Em virtude de estar muito cansado e não confiar em seus filhos, o rei nomeou o criado como cavaleiro do rei, e o mesmo casou-se com a criada. O rei depositando toda a confiança no novo cavaleiro, e em gratidão por serviços prestados, nomeou seu herdeiro. Depois de um tempo tendo o rei abdicado em favor de seu fiel cavaleiro, ele se tornou rei e governou durante um período, mas quis o destino que logo ele viesse a falecer, sem tempo de desfrutar de todo o poder que lhe foi outorgado. Porém, com sua morte a viúva e antiga criada tornou-se rainha, e apesar de nada entender de reinado, ser totalmente incapaz, semi-analfabeta e usando de todo poder que lhe coube revelou-se uma perfeita tirana, nomeando como primeiro ministro o príncipe seu filho que se tornou um voraz perseguidor dos adversários do reino, passando a perseguir seus súditos, mandando e desmandando a seu bel prazer, comprando conselheiros, protegendo e beneficiando os membros da corte. Ameaçando os pequenos mercadores de seu reino, gastando todo o dinheiro enfeitando os jardins de seu palácio, e perseguindo os arautos e escribas que denunciavam seus atos. Afinal governando apenas para uma elite da burguesia, enquanto a plebe sofria com a falta de saúde, de escola e de conservação das estradas do reino. E o pior era que como seus conselheiros eram quase todos capachos, haviam se vendido, e não valiam o preço que foi pago por eles, eles nada faziam a favor da plebe, e apoiavam cegamente as loucuras da rainha. E com isso toda corte vivia em festa, dilapidando o tesouro real. Mas, um dia depois de tanto ser perseguido, o povo acordou e resolveu se revoltar dando um basta nos desmandos da rainha. O povo resolveu dar um golpe de estado e derrubar a rainha e seus conselheiros, mandando-a de volta ao borralho de onde nunca deveria ter saído. Nos lugares ocupados pelos membros da corte, protegidos da rainha e do príncipe, foram colocados pessoas mais simples, capazes, e que viam o povo, os arautos e os escribas como auxiliares, que ajudaram o reino a crescer, transformando-o em um lugar em que todos, burgueses ou plebeus, pudessem opinar, e assim viveram felizes para sempre. Moral da estória: Todos devem estar se perguntado, e daí? Mas, como toda estória não tem lógica, esta é uma adaptação livre mostrando o outro lado da estória da Gata Borralheira.

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