O Reino de Guaracangalha III - COMPARAÇÃO

Matéria publicada no jornal Hora H em 05/1999

Era uma vez um espinheiro que queria ser rei
Extraído do DIÁRIO CRIANÇA, página 3, Diário Popular de Domingo 28/03/1999


O povo judeu tem uma antiga lenda que conta que, certo dia, as árvores resolveram escolher um rei ou uma rainha para ser aclamado como o soberano da floresta. A primeira árvore a ser indicada para o cargo foi a oliveira, mas ela recusou o convite e foi logo dizendo:
- Vocês acham que eu deixaria de produzir azeitonas e o azeite tão delicioso só para reinar sobre vocês? As árvores pensaram, pensaram... e decidiram que a figueira deveria ser a rainha.
- De maneira nenhuma – retrucou a figueira. - Eu nunca iría parar de produzir meus frutos só para ficar sendo a rainha das outras árvores. Após a recusa, procuraram a videira para ver se ela aceitava o cargo.
- Não quero deixar de produzir as minhas uvas só para ter de ficar preocupada com as outras plantas da floresta – explicou a videira.
As árvores perceberam que só podiam convocar o espinheiro para ver se ele aceitava o cargo.
- Claro que aceito a proposta de ser rei – entusiasmou-se o espinheiro.
E minha primeira convocação é que venham todos descansar à sombra de minha folhagem !

Enquanto isso, no Reino de Guaracangalha
É claro que essa lenda não tem o objetivo de comparar os líderes e governantes a espinheiros que não produzem frutas nem flores.
A lição que a lenda nos passa é que o VERDADEIRO LÍDER não está interessado em poder, em ter uma posição valiosa, em mandar nos outros.
É importante lembrar que ser líder é ter como maior preocupação servir os seus semelhantes,
seguindo o exemplo das árvores que preferem produzir seus frutos do que ocupar locais de destaque e buscar seus próprios interesses.
Estando próximo da renúncia da Rainha tirana, já existiam várias pessoas se digladiando para ocupar seu lugar, pessoas que duelam com unhas e dentes (ou espinhos) para ocuparem seu trono, atrás apenas do poder. Mas, deixando essas pessoas ou picuinhas de lado, atendendo a pedidos vamos continuar
com nossa estórinha da Rainha tirana e seus desmandos.
Como sempre, não tendo nada para fazer, a Rainha tirana debruçada na janela de seu palácio, analisando (?) a atual situação do reino, onde o desemprego
era seu maior problema, teve mais uma de suas “brilhantes” idéias; montou um programa que iría gerar alguns empregos.
Ótimo, agora era só colocar o plano para funcionar. Após toda a tramitação legal (?), ela conseguiu colocá-lo em prática e empregou uma dezena de pessoas, só que ela, como sempre, não pensou no principal, nas pessoas do reino que se encontravam desempregadas e acabou contratando pessoas de
OUTRO reino, e o que é pior: pagando com o dinheiro dos pobres súditos desempregados de seu reino. Aproveitando seu momento de grandes idéias, ela começou a usar o dinheiro de seus súditos (desempregados), para transformar o palácio em uma grande imobiliária, adquirindo terras dos barões a peso de ouro, para transformá-las em uma grande plantação de capim, para
alimentar os jegues do palácio, enquanto seus súditos passam fome.
O mais triste é que a Rainha tirana perseguia quem falava alguma coisa contra seu reinado e tentava por todos os meios mandar os escribas para a masmorra de seu castelo.Até a próxima (se houver). Esta é uma estória do imaginário do autor, qualquer semelhança com fatos reais, terá sido mera coincidência.

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